Publicado em 25 de agosto de 2010
A maioria dos universitários em busca de estágio extracurricular tem o aprendizado como prioridade. O salário vem em segundo plano. Levantamento divulgado pelo portal “Estadão.Com”, em parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), indica que 40% dos estudantes pesquisados estão em busca de experiência. Outro dado relevante é que 37,6% recusariam uma oportunidade caso ela não atendesse aos interesses da carreira. O CIEE aponta que 64% dos estagiários acabam sendo efetivados nas empresas por bom desempenho.
Mas é preciso bom senso. Especialistas comentam casos de estudantes que aceitam estágio em horário de aula simplesmente por entenderem que, naquele momento, devem dar mais valor à busca de experiência, o que acaba por diminuir o rendimento escolar.
Problemas deste tipo não acontecem com os acadêmicos da Univiçosa, que são constantemente orientados em sala de aula e também nas consultas que fazem junto ao Núcleo de Estágios. O Núcleo trata de toda a burocracia envolvendo os estágios curriculares e também oferece o suporte necessário em casos de estágios extracurriculares.
Diretora da Faculdade alerta para importância do estágio no momento certo
Não há dúvidas sobre a importância do estágio para a formação plena do aluno porque é o alinhamento da teoria com a prática. É o que diz a Professora Adriana Fialho Cambuí, Diretora da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa. “Entretanto, é importante que ele seja realizado no momento certo, ou seja, deve haver uma sólida fundamentação teórica para o estudante conseguir absorver com mais propriedade a realidade da profissão. Do contrário, as atividades exercidas durante o período de estágio não irão agregar o devido valor à formação acadêmica”, alerta.
Gestoras de cursos analisam valor do estágio
Muitas vezes o acadêmico de um curso superior de tecnologia não pode se dar ao luxo de abrir mão do salário para fazer estágios. Alguns são arrimos de família e dependem do que ganham, inclusive para pagar a faculdade. A afirmação é da Gestora dos cursos superiores de tecnologia em “Marketing” e “Gestão de Empresas” da Univiçosa, Larisse Santos.
“O ideal seria que todo aluno pudesse aprender estudando e depois praticar aquilo que aprendeu. Contudo, sabemos que, em um país como o nosso, a realidade de muitos é bem diversa: trabalham, juntam dinheiro e depois vão fazer a tão sonhada faculdade, ou seja, estudar para aperfeiçoar-se naquilo que gostam de fazer, e que muitas vezes já fazem sem ter o respaldo acadêmico. Por isso, o curso tecnólogo não possui o estágio em sua grade curricular. O estágio não é obrigatório para formar, podendo, contudo, realizar estágio extracurricular”, explica.
O diferencial dos cursos superiores de tecnologia é a uma grade de disciplinas e conteúdos voltados diretamente para o exercício prático da profissão.
“Para o aluno que ainda não trabalha na área em que estuda, é fundamental estagiar. Caso contrário, os conteúdos vistos tornam-se insipientes e tediosos. O estagiário deve ter o cuidado de escolher uma organização séria e comprometida para realmente ter a oportunidade de aprender conteúdos práticos relacionados com seu curso”, conclui Larisse.
Já a Gestora do Curso de Medicina Veterinária da Univiçosa, Alessandra Arreguy, observa com preocupação a ansiedade dos acadêmicos de bacharelado no momento do estágio. “É preciso o aluno ter em mente que estágio sem conhecimento técnico-científico não vale nada, já que o estudante vai acabar executando tarefas menores sem discernimento e sem espírito crítico. No fim das contas, ficará sem entender o por que dessas atividades”, comenta.