Usar trechos de um trabalho científico sem dar crédito ao autor ou até mesmo uma citação sem fazer qualquer referência é uma prática mais comum do que se imagina. Comum e altamente condenável. “Plágio no Brasil é crime. A lei dos direitos autorais deve ser respeitada e quem infringe precisa ser punido”, argumenta a Professora Adriana Silva Fialho Cambuí, Diretora da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa.
Para a pesquisadora Elizabeth Harkot de La Taille, professora da USP (Universidade de São Paulo), a prática é vista de formas diferentes de acordo com a cultura. La Taille diz que, na cultura chinesa, por exemplo, copiar é algo bem visto porque representa inspiração em feitos de grandes nomes; no ocidente o entendimento é oposto.
Um dos países mais rigorosos contra a pirataria de maneira geral e em especial contra o plágio em produções científicas são os Estados Unidos, onde programas especiais de computador ajudam professores a identificar cópias ilegais, o que não ocorre no Brasil. “Aqui, infelizmente, o ‘jeitinho’ é sempre visto como mal menor”, lamenta a pesquisadora da USP. “Entre os brasileiros, a honestidade fica mais no discurso. A desonestidade, no fim, é valorizada. No dia a dia, se vê que as ações são sempre no sentido de burlar as regras, fazer o errado quando ninguém está vendo”, analisa.
A Diretora de Faculdade da Univiçosa lamenta o cenário. “O plágio é um ato grave e deve ser punido sempre. Com o advento da internet, o acesso às informações facilitou expressivamente a pesquisa e a elaboração de trabalhos técnico-científicos, tornando-se objeto de constante preocupação entre os professores porque o volume de cópias ilegais aumentou de forma absurda e o apelo à consciência individual não tem resolvido a questão”, comenta Adriana Cambuí.