Depois de utilizar imagens exaustivamente e de formas cada vez mais criativas, os publicitários estão lançando mão de um recurso que, dizem, vale muito mais que mil palavras: o aroma. O chamado “marketing olfativo” já mobiliza mais de US$ 100 milhões por ano. Empresas como a inglesa Rolls Royce, a coreana Samsumg e a brasileira O Boticário já aderiram e colocam cheiros especiais em suas peças publicitárias e nas lojas. Especialistas dizem que perfumes específicos aguçam o sentido de novidade e sofisticação.
As estratégias passam por cartões de crédito perfumados, lojas com cheiros que remetem aos produtos oferecidos, fragrâncias que lembram marcas e até outdoor que borrifa cheiro de churrasco no ar.
Para o publicitário Rodrigo Vaz, professor de “Globalização, Marketing Internacional e Corporativo” do Curso de Marketing da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa, o segredo da boa publicidade sempre esteve atrelado a um bom retorno do chamado “share of mind” ou compartilhamento da mente. Esta é a eterna busca dos profissionais da área: criar artifícios que façam o consumidor memorizar uma propaganda de forma rápida, direta e durável.
“Com as novas fórmulas para se destacar na mente dos consumidores, surgiram ferramentas como o marketing social, marketing de guerrilha, marketing viral e outros. Entramos agora em uma nova era de exploração dos sentidos, onde o apelo visual cedeu espaço para outras formas de exploração. As imagens sofreram uma super exposição na mídia e, muitas vezes, o público reagia de forma defensiva em relação a determinada propaganda. A exploração do odor na publicidade cria uma nova perspectiva, menos agressiva e poluída, pelo menos por enquanto”, analisa.
Rodrigo Vaz considera que o desafio dos profissionais de marketing e publicidade, agora, é utilizar de forma criativa as novas possibilidades já antevendo outras. “Logo não iremos mais querer sentir o cheiro de muitas dessas marcas em nossa casa”, diz.