* Grasiely Fernandes Roberto
A obesidade é considerada doença crônica e epidêmica, uma vez que, nas últimas décadas, apresentou rápido aumento em sua prevalência nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, estando relacionada a altas taxas de morbidade e mortalidade.
A Síndrome Metabólica consiste em um conjunto de fatores de risco relacionados à obesidade abdominal e à resistência a insulina, sendo responsável pelo aumento da glicemia e da pressão arterial e pela ocorrência de dislipidemia.
A maioria dos casos de Síndrome Metabólica ocorre em indivíduos com excesso de peso, prejudicando assim a sensibilidade à insulina, que diminui em até 40% quando o indivíduo apresenta massa corporal maior que 35% a 40% da ideal.
A genética, o sedentarismo, o tabagismo, o ganho de peso progressivo e uma dieta rica em carboidratos refinados, em gorduras saturadas e pobre em fibras alimentares podem contribuir para o desenvolvimento da Síndrome.
Estudos recentes têm utilizado critérios como obesidade abdominal, aumento da pressão arterial, diminuição dos níveis de HDL, elevação da trigliceridemia e pré-diabetes para a classificação da Síndrome Metabólica.
A terapia nutricional com os portadores da Síndrome deve focar, além do controle glicêmico, na redução dos demais fatores de risco cardiovasculares. Sendo assim, o primeiro passo para seu tratamento leva em conta a modificação de suas causas originais, uma vez que ações preventivas mostram-se mais eficazes para a diminuição de riscos, quando comparadas ao tratamento de suas consequências.
Portanto, é evidente a importância de uma alimentação saudável envolvendo aumento no consumo de fibras e de gorduras insaturadas e moderação no consumo de gorduras saturadas e trans, além do sódio. São necessárias intervenções eficazes nos hábitos alimentares de indivíduos que apresentem Síndrome Metabólica, sendo a educação nutricional fator importante de prevenção, além do estímulo à prática de atividade física regular com o intuito de evitar o ganho de peso indesejado.
“A alimentação saudável pode prevenir e auxiliar no tratamento. Todavia, uma limitação existente é a falta de sintomas nas pessoas que apresentam a Síndrome Metabólica, reduzindo a adesão ao tratamento. Desta forma, é imprescindível a atuação do Nutricionista no esclarecimento de todos os riscos da Síndrome, mostrando a importância da adoção de práticas alimentares adequadas, reduzindo as complicações que muitas vezes ocorrem”, comenta a Nutricionista Vânia Mayumi Nakajima, professora de “Nutrição Experimental” na Univiçosa.
* Acadêmica do sexto período do Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa. Texto revisado pela Gestora do Curso, Luiza Carla Vidigal Castro