No primeiro semestre de 2010, as empresas de capital aberto tiveram a maior rentabilidade dos últimos 15 anos. Ficam de fora dessa estatística somente os bancos. Em média, os acionistas lucraram 13% em relação ao capital investido no período. Em 1995, esse índice foi de 2,7%. É o que aponta levantamento realizado pela empresa “Economatica”, especializada em informações financeiras. Entraram no estudo todas as empresas listas na BM&F (Bolsa Mercantil e de Futuros) e Bovespa (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo).
A melhora dos indicadores começou em 2001, sofreu uma estagnação em 2008 – por causa da crise mundial, retornando ao movimento de alta em 2009.
O bom desempenho da economia brasileira durante a crise e imediatamente após foi o grande responsável pela melhora nos indicadores. “O que vemos agora é resultado das reformas feitas em 25 anos, como a autonomia do Banco Central, a adoção de câmbio flutuante, o equilíbrio fiscal e as reformas microeconômicas”, analisa o economista José Márcio Camargo, da Opus Investimentos. Carmo diz ainda que outro fator positivo neste cenário foram as privatizações das empresas brasileiras, que geraram aumento de produtividade e de rentabilidade.
“Além de tudo isto, houve outro impulsionador. Os empréstimos e financiamentos concedidos pelos bancos foram altíssimos: R$ 1,54 tilhão, até julho, graças à baixa da Selic [a taxa básica de juros da economia brasileira], o que inseriu mais consumidores no mercado, gerando mais vendas”, afirma Administradora Larisse Loise dos Santos, Gestora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Empresas da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa.